No livro João Calvino: amor à devoção, doutrina
e glória de Deus (Editora Fiel), editado por Burk Parsons, há um
capítulo intitulado O Pregador da Palavra de Deus, escrito por
Steven Lawson. Aqui está um resumo desse capítulo, delineando o que Steven
Lawson sugere ser as dez marcas distintivas da pregação de Calvino.
1. A pregação de Calvino era bíblica em seu
conteúdo.
“O reformador se manteve firme no principal fundamento
da Reforma — sola Scriptura (somente a Escritura)… Calvino
acreditava que o pregador não tinha nada a dizer além das Escrituras.” (pp.
96-97)
2. A pregação de Calvino seguia um padrão
sequencial.
“Durante o ministério de Calvino, o seu procedimento
era pregar sistematicamente sobre livros inteiros da Bíblia… Na manhã dos
domingos, Calvino pregava o Novo Testamento; à tarde, o Novo Testamento e os
Salmos; e, em semanas alternadas, pregava o Antigo Testamento todas as manhãs
da semana. Servindo-se desse método consecutivo, Calvino pregou quase todos os
livros da Bíblia.” (pp. 97-98)
3. A pregação de Calvino era direta em sua
mensagem.
“Quando expunha as Escrituras, Calvino era notoriamente
direto e centrado no ensino principal. Ele não iniciava sua mensagem com uma
história cativante, uma citação estimulante ou uma anedota pessoal. Em vez
disso, Calvino introduzia de imediato os seus ouvintes no texto bíblico. O foco
da mensagem era sempre as Escrituras, e Calvino falava o que precisava ser dito
com economia de palavras. Não havia frases desperdiçadas.” (p. 98)
4. A pregação de Calvino era extemporânea
em seu apresentação.
“Quando subia ao púlpito, ele não levava consigo um
rascunho escrito ou esboço do sermão. O reformador fez uma escolha consciente
de pregar extempore, ou seja, espontaneamente. Ele queria que seus
sermões tivessem uma desenvoltura natural e cheia de paixão, enérgica e
envolvente; acreditava que a pregação espontânea era mais conveniente para
cumprir esses objetivos.” (p. 99)
5. A pregação de Calvino era exegética em
sua abordagem.
“Calvino insistia que as palavras da Escritura têm de
ser interpretadas conforme o ambiente histórico específico, as línguas
originais, as estruturas gramaticais e o contexto bíblico… Calvino insistiu no sensus
literalis, o sentido literal do texto bíblico.” (p. 100)
6. A pregação de Calvino era acessível em
sua simplicidade.
“Como pregador, o principal objetivo de Calvino não era
comunicar-se com outros teólogos, e sim alcançar as pessoas comuns, assentadas
no banco… Ocasionalmente, Calvino explicaria mais cuidadosamente o significado
de uma palavra, sem citar o grego ou o hebraico original. Todavia, Calvino não
hesitava em usar a linguagem da Bíblia.” (p. 101-102)
7. A pregação de Calvino possuía um tom
pastoral.
“O reformador de Genebra nunca perdia de vista o fato
de que ele era um pastor. Assim, ele aplicava calorosamente as Escrituras, com
exortação amável a fim de pastorear o seu rebanho. Ele pregava com a intenção
de estimular e encorajar suas ovelhas a seguirem a Palavra.” (p. 102)
8. A pregação de Calvino era polêmica em
sua defesa da verdade.
“Para Calvino, a pregação necessitava de uma defesa
apologética da verdade. Ele acreditava que os pregadores tinham de resguardar a
verdade; por isso, a exposição sistemática exigia a confrontação das mentiras
do Diabo em todas as suas formas enganosas.” (p. 103)
9. A pregação de Calvino era cheia de
paixão em seu alcance.
“Em nossos dias, há uma noção errônea de que, por
acreditar na predestinação, Calvino não era evangelístico. O mito persistente é
que ele não tinha paixão por alcançar almas perdidas para trazê-las a Cristo.
Nada pode estar mais distante da verdade. Calvino possuía uma grande paixão por
alcançar as almas perdidas. Por essa razão, ele pregava o evangelho com uma
persuasão que afetava o coração e com amor, apelava aos pecadores desgarrados a
se renderem à misericórdia de Deus.” (p. 104)
10. A pregação de Calvino era doxológica em
sua conclusão.
“Todos os sermões de Calvino eram completamente
teocêntricos, mas seus apelos conclusivos eram sinceros e amorosos. Ele não
podia descer do púlpito sem exaltar o Senhor e instar seus ouvintes a se
rederem à absolutamente supremacia dEle. Os ouvintes tinham de se humilhar sob
a poderosa mão de Deus. Quando concluía, Calvino exortava regularmente sua
congregação: ‘Prostremo-nos todos ante a majestade do nosso grande Deus’. Não
importando o texto bíblico sobre o qual ele pregava, essas palavras demandavam
uma submissão incondicional de seus ouvintes.” (p. 105)
Tradução: Felipe Sabino (agosto/2013)
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