A justificação pode ser definida como o ato pelo qual pecadores injustos são feitos justos aos olhos de um Deus santo e justo. A necessidade suprema das pessoas injustas é a justiça. Esta falta de justiça foi suprida por Cristo em favor do pecador que crê. Justificação pela fé somente significa justificação pela justiça ou mérito exclusivo de Cristo, e não pela nossa bondade ou pelas nossas boas obras.
A questão
da justificação se focaliza na questão do mérito e da graça.
Justificação
pela fé significa que as obras que fazemos não são suficientemente boas para
merecer em justificação. Conforme Paulo declara: “ninguém será justificado diante dele por obras da lei” (Rm3,20). A
justificação é forense. Isto é, somos declarados, contados ou considerados como
justos quando Deus computa a justiça de Cristo em nossa conta. A condição necessária
para isso é a fé.
A teologia
protestante afirma que a fé é causa instrumental da justificação no sentido em
que a fé é o meio pelo qual os méritos de Cristo são apropriados por nós. A teologia
católica romana ensina que o batismo é a causa instrumental primária da
justificação e que o sacramento da penitência é a causa secundária e
restauradora. (A teologia católica vê a penitência como o segundo suporte da
justificação para aqueles que sofreram naufrágio de suas almas-aquelas que
perderam a graça da justificação por terem cometido um pecado mortal.) O
sacramento da penitência requer obras de satisfação, por meio das quais o ser
humano conquista um mérito congruente para a justificação. A visão católica afirma
que a justificação é pela fé, mas nega que seja somente pela fé, adicionando as
boas obras como uma condição necessária.
A fé que
justifica é uma fé viva, não uma profissão de fé vazia. A fé é uma confiança
pessoal que busca a salvação somente em Cristo. A fé salvadora é também uma fé
penitente, que abraça Cristo como Salvador e Senhor.
A Bíblia
diz que não somos justificados por nossas próprias boas obras, algo pelo que
nos é acrescentado pela fé, ou seja, a justiça de Cristo. Em síntese, algo novo
é acrescentado a algo básico. Nossa justificação é uma síntese porque temos a
justiça de Cristo que nos é adicionada. Nossa justificação é operada por
imputação. Deus transfere a nós, pela fé, a justiça de Cristo. Isso não é uma “ficção
jurídica”, porque Deus nos atribui o mérito real de Cristo, a quem agora
pertencemos. É uma imputação real.
Rm 3.21-28;
Rm 5.12-19; 2Co 5.16-21; Gl 2,11-21; Ef 2.1-10; Fl 3.7-11
Fonte: Verdades
Essencias da Fé Cristã / R. C. Sproul
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