quinta-feira, outubro 28, 2010


A igreja pode enfrentar a apatia e o materialismo satisfazendo o apetite das pessoas por entretenimento? Evidentemente, muitas pessoas das igrejas pensam assim, enquanto uma igreja após outra salta para o vagão dos cultos de entretenimento.

Uma tendência inquietante está levando muitas igrejas ortodoxas a se afastarem das prioridades bíblicas.
O que eles querem
Os templos das igrejas estão sendo construídos no estilo de teatros. Ao invés de no púlpito, a ênfase se concentra no palco. Alguns templos possuem grandes plataformas, que giram ou sobem e descem, com luzes coloridas e poderosas mesas de som.

Os pastores espirituais estão dando lugar aos especialistas em comunicação, aos consultores de programação, aos diretores de palco, aos peritos em efeitos especiais e aos coreógrafos.
O objetivo é dar ao auditório aquilo que eles desejam. Moldar o culto da igreja aos desejos dos freqüentadores atrai muitas pessoas.

Como resultado disso, os pastores se tornam mais parecidos com políticos do que com verdadeiros pastores, mais preocupados em atrair as pessoas do que em guiar e edificar o rebanho que Deus lhes confiou.
A congregação recebe um entretenimento profissional, em que a dramatização, os ritmos populares e, talvez, um sermão de sugestões sutis e de aceitação imediata constituem o culto de adoração. Mas a ênfase concentra-se no entretenimento e não na adoração.
A idéia fundamental
O que fundamenta esta tendência é a idéia de que a igreja tem de “vender” o evangelho aos incrédulos — a igreja compete por consumidores, no mesmo nível dos grandes produtos.

Mais e mais igrejas estão dependendo de técnicas de vendas para se oferecerem ao mundo.
Essa filosofia resulta de péssima teologia. Presume que, se você colocar o evangelho na embalagem cor-reta, as pessoas serão salvas. Essa maneira de lidar com o evangelho se fundamenta na teologia arminiana. Vê a conversão como nada mais do que um ato da vontade humana. Seu objetivo é uma decisão instantânea, ao invés de uma mudança radical do coração.

Além disso, toda esta corrupção do evangelho, nos moldes da Avenida Madison, presume que os cultos da igreja têm o objetivo primário de recrutar os incrédulos. Algumas igrejas abandonaram a adoração no sentido bíblico.
Outras relegaram a pregação convencional aos cultos de grupos pequenos em uma noite da semana. Mas isso se afasta do principal ensino de Hebreus 10.24-25: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos”.
O verdadeiro padrão 

Atos 2.42 nos mostra o padrão que a igreja primitiva seguia, quando os crentes se reuniam: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”.

Devemos observar que as prioridades da igreja eram adorar a Deus e edificar os irmãos. A igreja se reunia para adoração e edificação — e se espalhava para evangelizar o mundo.
Nosso Senhor comissionou seus discípulos a evangelizar, utilizando as seguintes palavras: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28.19). Ele deixou claro que sua igreja não tem de ficar esperando (ou convidando) o mundo para vir às suas reuniões, e sim que ela tem de ir ao mundo.
Essa é uma responsabilidade de todo crente. Receio que uma abordagem cuja ênfase se concentra em uma apresentação agradável do evangelho, no templo da igreja, absolve muitos crentes de sua obrigação pessoal de ser luz no mundo (Mateus 5.16).
Estilo de vida
A sociedade está repleta de pessoas que querem o que querem quando o querem. Elas vivem em seu próprio estilo de vida, recreação e entretenimento. Quando as igrejas apelam a esses desejos egoístas, elas simplesmente põem lenha nesse fogo e ocultam a verdadeira piedade.
Algumas dessas igrejas estão crescendo em expoentes elevados, enquanto outras que não utilizam o entretenimento estão lutando. Muitos líderes de igrejas desejam crescimento numérico em suas igrejas, por isso, estão abraçando a filosofia de “entretenimento em primeiro lugar”.
Considere o que esta filosofia causa à própria mensagem do evangelho. Alguns afirmam que, se os princípios bíblicos são apresentados, não devemos nos preocupar com os meios pelos quais eles são apresentados. Isto é ilógico.
Por que não realizarmos um verdadeiro show de entretenimento? Um atirador de facas tatuado fazendo malabarismo com serras de aço se apresentaria, enquanto alguém gritaria versículos bíblicos. Isso atrairia uma multidão, você não acha?

É um cenário bizarro, mas é um cenário que ilustra como os meios podem baratear e corromper a mensagem.
Tornando vulgar
Infelizmente, este cenário não é muito diferente do que algumas igrejas estão fazendo. Roqueiros punk, ventríloquos, palhaços e artistas famosos têm ocupado o lugar do pregador — e estão degradando o evangelho.
Creio que podemos ser inovadores e criativos na maneira como apresentamos o evangelho, mas temos de ser cuidadosos em harmonizar nossos métodos com a profunda verdade espiritual que procuramos transmitir. É muito fácil vulgarizarmos a mensagem sagrada.

Não se apresse em abraçar as tendências das super-igrejas de alta tecnologia. E não zombe da adoração e da pregação convencionais. Não precisamos de abordagens astuciosas para que tenhamos pessoas salvas (1 Coríntios 1.21).

Precisamos tão-somente retornar à pregação da verdade e plantar a semente. Se formos fiéis nisso, o solo que Deus preparou frutificará.

terça-feira, outubro 26, 2010


Existe uma maldição antiga que permanece conosco até hoje — a disposição da sociedade humana de ser completamente absorvida por um mundo sem Deus.

Embora Jesus Cristo tenha vindo a este mundo, este é o pecado supremo dos incrédulos, o qual levou o homem a não sentir — nem sentirá — a presença dEle que permeia todas as coisas. O homem não pode ver a verdadeira Luz, tampouco pode ouvir a voz do Deus de amor e verdade.

Temos nos tornado uma sociedade “profana” — completamente envolvida em nada mais do que os aspectos físico e material desta vida terrena. Homens e mulheres se gloriam do fato de que são capazes de viver em casas luxuosas, vestir roupas de estilistas famosos e dirigir os melhores carros que o dinheiro pode comprar — coisas que as gerações anteriores nunca puderam ter.

Esta é a maldição que jaz sobre o homem moderno — ele é insensível, cego e surdo em sua prontidão de esquecer que existe um Deus. Aceitou a grande mentira e crença estranha de que o materialismo constitui a boa vida. Mas, querido amigo, você sabe que o seu grande pecado é este: a presença eterna de Deus, que alcança todas as coisas, está aqui, e você não pode senti-Lo de maneira alguma, nem O reconhece no menor grau? Você não está ciente de que existe uma grande e verdadeira Luz que resplandece intensamente e que você não pode vê-la? Você não tem ouvido, em sua consciência e mente, uma Voz amável sussurrando a respeito do valor e importância eterna de sua alma, mas, apesar disso, tem dito: “Não ouço nada?”

Muitos homens imprudentes e inclinados ao secularismo respondem: “Bem, estou disposto a agarrar minhas chances”. Que conversa tola de uma criatura frágil e mortal! Isto é tolice porque os homens não podem se dar ao luxo de agarrar as suas chances — quer sejam salvos e perdoados, quer sejam perdidos. Com certeza, esta é a grande maldição que jaz sobre a humanidade de nossos dias — os homens estão envolvidos de tal modo em seu mundo sem Deus, que recusam a Luz que agora brilha, a Voz que fala e a Presença que permeia e muda os corações.

Por isso, os homens buscam dinheiro, fama, lucro, fortuna, entretenimento permanente ou apego aos prazeres. Buscam qualquer coisa que lhes removam a seriedade do viver e que os impeça de sentir que há uma Presença, que é o caminho, a verdade e a vida.

Eu mesmo fui ignorante até aos 17 anos, quando ouvi, pela primeira vez, a pregação na rua e entrei numa igreja onde ouvi um homem citando uma passagem das Escrituras: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim... e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11. 28,29).

Eu era realmente pouco melhor do que um pagão, mas, de repente, fiquei muito perturbado, pois comecei a sentir e reconhecer a graciosa presença de Deus. Ouvi a voz dEle em meu coração falando indistintamente. Discerni que havia uma Luz resplandecendo em minhas trevas.

Novamente, andando pela rua, parei para ouvir um homem que pregava, em um cantinho, e dizia aos ouvintes: “Se vocês não sabem orar, vão para casa, ajoelhem-se e digam: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. Isso foi exatamente o que eu fiz. E Deus prometeu perdoar e satisfazer qualquer pessoa que estiver com bastante fome espiritual e muito interessado, a ponto de clamar: “Senhor, salva-me!”

Bem, Ele está aqui agora. A Palavra, o Senhor Jesus Cristo, se tornou carne e habitou entre nós; e ainda está entre nós, disposto e capaz de salvar. A única coisa que alguém precisa fazer é clamar com um coração humilde e necessitado: “ó Cordeiro de Deus, eu venho a Ti; eu venho a Ti!”

segunda-feira, outubro 25, 2010



Esta oração é pronunciada por um homem chamado a ser testemunha ante as nações, e foram estas as palavras que disse ao seu Senhor no dia em que foi ordenado. Depois de os anciãos e ministros terem orado e pousado sobre ele as suas mãos, retirou-se para estar a sós com o seu Salvador, no silêncio, mais além do que os seus irmãos bem intencionados o podiam levar. E disse:

Senhor, escutei a tua voz e tive medo. Chamaste-me a uma tarefa solene numa hora grave e perigosa. Em breve abalarás todas as nações, a terra e também o céu, para que fique só aquilo que é inabalável. Senhor, nosso Senhor, aprouve-Te honrar-me chamando-me a ser teu servo. Só aceita esta honra aquele que é chamado a ser teu servo, visto ter de ministrar junto àqueles que são obstinados de coração e duros de ouvido. Eles Te rejeitaram, a Ti, que és o Amo, e não posso esperar que me recebam a mim, que sou o servo.

Meu Deus, não vou perder tempo a deplorar a minha fraqueza ou a minha incapacidade para o trabalho. A responsabilidade é tua, não minha, pois disseste: “Conheci-te, ordenei te, santifiquei-te”, e também: “Irás a todos aqueles a quem Eu te enviar, e falarás tudo aquilo que Eu te ordenar”. Quem sou eu para argumentar contigo ou para pôr em dúvida a tua escolha soberana? A decisão não é minha, mas sim tua. Assim seja, Senhor; cumpra-se a tua vontade e não a minha.

Bem sei, Deus dos profetas e dos apóstolos, que, enquanto eu Te honrar, Tu me honrarás a mim. Ajuda-me, portanto, a fazer este voto solene de Te honrar em toda a minha vida e trabalho futuros, quer ganhando quer perdendo, na vida ou na morte, e a manter intacto esse voto enquanto eu viver.

É tempo, ó Deus, de agires, pois o inimigo entrou nos teus pastos e as ovelhas são dilaceradas e dispersas. Abundam também falsos pastores que negam o perigo e se riem das ameaças que rodeiam o teu rebanho. As ovelhas são enganadas por estes mercenários e seguem-nos com fidelidade, enquanto o lobo se acerca para matar e destruir. Imploro-Te que me dês olhos bem abertos para descobrir a presença do inimigo; que me dês compreensão para distinguir entre o falso e o verdadeiro amigo. Dá-me visão para ver e coragem para declarar fielmente o que vejo. Torna a minha voz tão parecida com a tua que até as ovelhas doentes a reconheçam e Te sigam.

Senhor Jesus, aproximo-me de Ti em busca de preparação espiritual. Pousa a tua mão sobre mim. Ungeme com o óleo do profeta do Novo Testamento. Impede que eu me transforme num religioso e perca assim a minha vocação profética. Salva-me da maldição que paira sombriamente sobre o sacerdócio moderno; a maldição da transigência, da imitação, do profissionalismo. Salva-me do erro de julgar uma igreja pelo número de seus membros, pela sua popularidade ou pelo total de suas ofertas anuais. Ajuda-me a lembrar-me de que eu sou profeta, não um animador, não um gerente religioso, mas um profeta. Que eu nunca me transforme num escravo das multidões. Cura a minha alma das ambições carnais e livra-me do prurido da publicidade. Salva-me da servidão das coisas materiais. Impede-me de gastar o tempo entretendo- me com as coisas da minha casa. Faze o teu terror pousar sobre mim, ó Deus, e impele-me para o lugar de oração onde eu possa lutar com os principados, e potestades, e príncipes das trevas deste mundo. Livra-me de comer demais e de dormir demais. Ensina- me a auto-disciplina para que eu possa ser um bom soldado de Jesus Cristo.

Aceito trabalho duro e pequenas compensações nesta vida. Não peço um cargo fácil. Procurarei ser cego aos pequenos processos de facilitar a vida. Se outros procuram o caminho mais plano, eu procurarei o caminho mais árduo, sem os julgar com demasiada severidade. Esperarei oposição e procurarei aceitá-la serenamente quando ela vier. Ou se, como por vezes sucede aos teus servos, o teu povo bondoso me obrigar a aceitar ofertas expressivas de gratidão, conserva-Te ao meu lado e salva-me da praga que a isso freqüentemente se segue; ensina-me a usar o que porventura receber de tal modo que não prejudique a minha alma nem diminua o meu poder espiritual. E se a tua providência permitir que me advenham honras da tua Igreja, que eu não esqueça naquela hora que sou indigno da mais ínfima das tuas misericórdias, e que, se os homens me conhecessem tão intimamente como eu me conheço a mim próprio, me retirariam tais honrarias para as darem a outros mais dignos delas.

E agora, Senhor do céu e da terra, consagro-Te o resto dos meus dias, sejam eles muitos ou poucos, consoante a tua vontade. Quer eu me erga perante os grandes quer ministre aos pobres e humildes, essa escolha não é minha, e eu não a influenciaria, mesmo que pudesse. Sou teu servo para cumprir a tua vontade. Ela é mais doce para mim do que a posição, ou as riquezas, ou a fama, e escolho a acima de tudo o mais na terra ou no céu.

Embora eu tenha sido escolhido por Ti e honrado por uma alta e santa vocação, que eu nunca esqueça que não passo de um homem de pó e cinza com todos os defeitos e paixões naturais que atormentam a humanidade. Rogo-Te, portanto, meu Senhor e Redentor, que me salves de mim próprio e de todo o mal que eu puder fazer a mim mesmo enquanto procuro ser uma bênção para os outros. Enche-me do teu poder pelo Espírito Santo, e eu caminharei na tua força e proclamarei a tua justiça - a tua tão somente. Anunciarei a mensagem do teu amor redentor enquanto tiver forças.

E, Senhor amado, quando eu for velho e estiver fatigado, demasiado cansado para prosseguir, prepara-me um lugar lá em cima e conta-me entre o número dos teus santos na glória eterna. Amém.


sexta-feira, outubro 22, 2010

2ª edição - Sociedade sem pecado - John MacArthur


Afaste a realidade do pecado e você eliminará a possibilidade de arrependimento. Anule a doutrina da corrupção humana e você invalidará o plano da salvação. Apague a noção da culpa pessoal e você eliminará a necessidade de um Salvador. Destrua a consciência humana, e você levantará uma geração imoral e irremediável.

''John MacArthur é um homem que tem pregado com fidelidade, com uma mensagem profunda e Bíblica. Hoje ele é um homem que tem levado adiante o legado do grande homem de Deus (Martin Lloyd-Jones).'' A pregação expositiva é uma necessidade para nossos dias. ''aebd''


quarta-feira, outubro 20, 2010

Classificação de países por perseguição 2010

INTERNACIONAL - A presente Classificação de países por perseguição foi produzida com base em eventos decorridos entre 1º de novembro de 2008 e 31 de outubro de 2009. Portanto, os meses de novembro e dezembro de 2009 não foram considerados para esta edição.

A Classificação de países por perseguição é compilada a partir de um questionário de 50 perguntas que cobrem vários aspectos da liberdade religiosa. Às respostas são atribuídos pontos, dependendo da resposta obtida. O total de pontos por país determina sua posição na Classificação. 

O critério de seleção é resultado de um questionário específico desenvolvido com perguntas padronizadas sobre: a situação legal dos cristãos no país; a atitude do regime político em relação à comunidade cristã; a liberdade da Igreja para organizar eventos; o papel da Igreja na sociedade; o tratamento de cristãos considerados individualmente; e outros fatores limitadores da vida de igrejas e cristãos.

O Cazaquistão saiu da Classificação não porque a situação melhorou, mas porque outros países tiveram uma piora na questão da liberdade religiosa. Isso pode mudar se o Cazaquistão implementar leis mais resistentes à religião no futuro.
OS DEZ MAIS
1. Coreia do Norte
Na primeira posição da nova Classificação está novamente a Coreia do Norte, o país em que toda atividade religiosa é vista como uma rebelião aos princípios socialistas que imperam. A situação dos cristãos é extremamente aguda neste momento, embora o regime norte-coreano esteja deixando aos poucos a mão-de-ferro com a qual controlava a sociedade.
 Pela mobilização de cada recurso do poder, A Coreia do Norte tenta manipular a sociedade a fim de exterminar atividades cristãs, e usa todos os meios de poder para isso. Foram feitas pesquisas, e descobriu-se muitos cristãos secretos no país.foram expostos durante pesquisas estritas da Coreia do Norte. Diz-se que os cristãos têm sido usados como testes para armas biológicas e químicas.
 Apesar dessa situação desumana, A Igreja está florescendo, e aumentam também as chances de pregar o evangelho, especialmente para aqueles que vivem em cidades perto da China.
2. Irã
 Neste ano, o Irã ultrapassou a Arábia Saudita e está agora na segunda posição.
 O número total de pontos registrados diminuiu devido à ausência de relatos de cristãos assassinados. A onda de prisões que começou em 2008 continuou com a mesma força ao longo de 2009, com cerca de 85 cristãos presos. Acredita-se que o governo usam as detenções para tirar a atenção da população quanto aos problemas internos, como o tumulto causado depois da reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho.
A maior parte dos presos foi maltratada na prisão. Embora a maioria tenha sido libertada, os processos continuam pendentes e os cristãos podem ser condenados a qualquer momento.

Muitos dos que foram libertados estão sob observação e sofrem ameaças. As detenções causaram o grande medo entre os cristãos.
Algumas igrejas foram fechadas em 2009, e o motivo primário foi o fato de ex-muçulmanos frequentarem os cultos.
O islã é a religião oficial no Irã, e todas as leis devem ser compatíveis com a interpretação oficial da sharia (lei islâmica). Embora os cristãos de origem armênia e assíria sejam uma minoria religiosa reconhecida, eles relataram que alguns dos seus foram detidos, vítimas de abuso físico e discriminados.
Essas igrejas têm permissão para fazer cultos em sua própria língua, mas são proibidas de ministrar aos muçulmanos que falam o persa, idioma oficial do Irã. Segundo a sharia, qualquer muçulmano que deixar o islamismo enfrenta a pena de morte.
Algumas igrejas têm a polícia secreta vigiando seus cultos. Aqueles que são ativos em suas igrejas ou grupos domésticos estão sob pressão. São interrogados, presos e agredidos.
Além da pressão das autoridades, os cristãos também enfrentam a pressão da sociedade.
3. Arábia Saudita
 A Arábia Saudita foi da segunda posição para a terceira. Isso não significa que a situação da liberdade religiosa no país tenha melhorado. O número menor de pontos foi causado pela ausência de relatos de cristãos assassinados ou agredidos. Houve só um caso de prisão: um pároco estrangeiro sentiu-se obrigado a abandonar o país depois de receber ameaças de morte, algumas da própria mutaween, a polícia religiosa saudita.
Não há liberdade religiosa existe no reino saudita, onde só se permite que cidadãos tenham uma religião: o islamismo. Não há garantias legais de liberdade religiosa. O sistema legal é baseado na sharia (lei Islâmica). A apostasia (converter-se a outra religião) é punível com morte se o acusado não se retratar.
Embora o governo reconheça o direito dos não-muçulmanos de cultuar em particular, o culto público não-muçulmano é proibido.
Os não-muçulmanos que realizam tais atividades correm risco de serem detidos, açoitados, deportados e, às vezes, torturados. Ex-muçulmanos também correm risco de serem mortos pelos próprios parentes, para limpar o nome da família. 
4. Somalia 
Durante o período coberto pela reportagem, a situação na Somália piorou. As forças etíopes deixaram o país em janeiro de 2009, e Sheikh Sharif Sheikh Ahmad, da Aliança pela Reliberação da Somália, foi feito presidente pelo parlamento do governo provisório.
Em abril de 2009, o parlamento aprovou unanimemente a adoção da sharia (lei islâmica), esperando assim obter o apoio da população, distanciando-a das milícias islâmicas que lutam pelo controle da nação.
Os cristãos são monitorados pelo governo e pelas milícias. O grupo extremista al-Shabaab está caçando os cristãos, e recebemos relatórios de menos 11 assassinatos. Outros foram raptados, presos ou agredidos.
A Constituição provisória provê liberdade religiosa, mas na prática, esse direito é pouco respeitado, porque a Constituição também estabelece o islamismo como a religião nacional, e afirma que as leis não podem contradizer o islamismo.
A maioria dos cristãos vive no sul da Somália. Eles estão em pequeno número, são severamente perseguidos e praticam sua fé em segredo, em condições extremamente perigosas. Outros cristãos somalis vivem como refugiados em países vizinhos.
5. Maldivas
No arquipélago das Maldivas, o islamismo é a religião oficial e todos os cidadãos devem ser muçulmanos. A perseguição aos cristãos nas Maldivas é sistemática: a legislação proíbe a prática de qualquer religião exceto o islamismo; o governo considera-se o protetor e defensor da religião; as igrejas são proibidas; a importação de materiais cristãos é proibida; a discriminação de não-muçulmanos é total; o controle social é enorme e os maldívios concordam com a suspensão de qualquer religião que não seja o islamismo.
No país – um dos menos evangelizados do planeta – há apenas um punhado de cristãos maldívios, que praticam a sua fé particularmente, temendo ser descoberto. 
Não há registro de ex-muçulmanos mortos por apostasia nas Maldivas.
Não houve melhora na liberdade religiosa no país durante o período coberto pela pesquisa. Houve dois relatórios sobre estrangeiros cristãos que foram deportados depois se encontrou materiais cristãos em sua bagagem.
6. Afeganistão
Ser cristão no Afeganistão ainda é difícil, em particular porque a Constituição é baseada em princípios Islâmicos. Além disso, o islamismo é a religião estatal e as leis não podem contradizer essas crenças religiosas.
O amo de 2009 foi duro para a Igreja, uma vez que o islamismo aumentou sua influência com a expansão do Talebã em muitas províncias. O Talebã ameaçou imigrantes, agentes sociais cristãos e a igreja local.
A pressão da família e da sociedade é ainda imensa. Quem não esconde sua conversão ao cristianismo é ameaçado até de morte pelos parentes. As ameaças têm o objetivo de trazer angústia, medo e de forçá-los a renunciar a nova fé. Em alguns casos, os novos recém-convertidos são hostilizados e há casos de sequestro. Além disso, eles enfrentam discriminação na escola, no trabalho e nos serviços públicos. Consequentemente, muitos preferem não expressar publicamente sua fé em Cristo, nem se sentem seguros para se reunir com outros irmãos.
As informações que recolhemos não indicaram assassinatos religiosos. Apesar de toda a dificuldade, a Igreja está crescendo no Afeganistão.
7. Iêmen
O Iêmen continua na sétima posição, mas o total de pontos aumentou. Em 9 de junho passado, agentes de saúde cristãos estrangeiros foram raptados por homens armados. Depois de alguns dias, os corpos de três deles foram encontrados, horrivelmente mutilados. O destino dos outros seis ainda permanece desconhecido. Durante o período coberto pela reportagem, houve um aumento na apreensão de materiais cristãos.
A Constituição iemenita garante liberdade religiosa, mas também declara que o islamismo é a religião estatal e que a sharia é a fonte de toda a legislação. O governo permite que imigrantes pratiquem sua fé, mas os cidadãos iemenitas não podem se converter a qualquer religião. Ex-muçulmanos podem sofrer pena de morte se forem descobertos.
Pregar a muçulmanos é proibido. Os que se convertem encontram a oposição das autoridades e também de grupos extremistas, que ameaçam os “apóstatas" de morte, se não se retratarem.
8. Mauritânia
A situação na Mauritânia deteriorou-se gravemente em 2009 devido ao assassinato de um agente social cristão em junho de 2009; à prisão e de 35 cristãos mauritanos no mesmo mês; e a detenção de um grupo de 150 cristãos subsaarianos em agosto, por realizar seu próprio culto (essas reuniões só são permitidas a algumas igrejas católicas e protestantes).
A autoria do assassinato foi reclamado pela al-Qaeda no Magreb, um grupo terrorista da origem argelina ligado à al-Qaeda. A polícia, entretanto, foi responsável pela detenção e tortura dos cristãos mauritanos e subsaarianos.
A Constituição do país o define como república islâmica e reconhece o islamismo como a religião dos cidadãos e do Estado. O governo limita a liberdade de religião proibindo a impressão e distribuição de materiais religiosos não-islâmicos e a evangelização de muçulmanos.
9. Laos

 A igreja é relativamente pequena, mas continua a crescer. Há cerca de 200 mil cristãos, a maior parte pertence a minorias étnicas.
Não houve melhora na liberdade religiosa do país em 2009.
A perseguição no Laos inclui algumas restrições na legislação. A atitude do governo é negativa e restritiva em relação aos cristãos – todos são estritamente vigiados por serem considerados agentes dos EUA para trazer a democracia ao Laos.
A Igreja não pode funcionar livremente e suas atividades sociais são limitadas.
Os cristãos são diminuídos na família e na aldeia. A pessoa que renuncia o culto a espíritos sofre grande pressão social.
Algumas vezes, os cristãos são detidos, e muitos experimentam abuso físico e emocional para renunciar a nova fé. Em 2009, dois cristãos foram mortos; outros 21 foram detidos sem julgamento.

Cristãos têm sido fisicamente agredidos regularmente, e um pequeno número de igrejas foi destruído ou danificado. Apesar do alto nível de perseguição no Laos, há muitas atividades não-registradas e a Igreja parece crescer.
10. Uzbequistão
 A liberdade religiosa no Uzbequistão deteriorou-se durante o ano passado. A atmosfera ficou mais anti-protestante. Isso ficou evidente no aumento de invasões a cultos cristãos e no confisco de livros. Muitos cristãos foram presos e multados, líderes foram interrogados e sofreram abuso físico e mental em delegacias.
Parentes de cristãos usam o abuso físico para pressioná-los a se converter ao islamismo.
Outro sinal de mudança é o fato de as autoridades usarem os meios de comunicação para difamar os cristãos. Foi exibido um documentário na televisão, originalmente transmitido no maio de 2008, denominado “Nas garras da ignorância”. No filme, os cristãos são retratados de modo negativo, identificados com seitas e descritos como satanistas. Cristãos ativos na igreja foram acusados de drogar e dinheiro para atrair pessoas ao cristianismo. O programa também afirmou que a “seita protestante” tenta atrair crianças.
O documentário foi reprisado várias vezes, mais recentemente em setembro de 2009, e já foi lançado em DVD. O impacto foi intimidador, resultando em sentimentos anti-cristãos.
 Apesar da perseguição, a Igreja no Uzbequistão continua a crescer. Muitos cristãos procuram formas de pregar o evangelho. Eles enfrentam muitos obstáculos – por exemplo, a pregação e o louvor na língua uzbeque são proibidos, e as comunidades não podem obter o registro. Sem ele, as reuniões são ilegais.


Tradução: Missão Portas Abertas


Fonte: Portas Abertas

segunda-feira, outubro 18, 2010

Reforma, uma necessidade constante


A Reforma não foi um desvio do cristianismo primitivo, mas uma volta a ele. A igreja havia se desviado das veredas da verdade e a Reforma foi um movimento para colocar a igreja de volta nesses trilhos. Um dos lemas da Reforma era: “Igreja Reformada, sempre reformando”. O que isso significa? Não significa certamente que a igreja precisa ir se amoldando à cultura prevalecente de cada época e sim que a igreja precisa voltar-se continuamente às Escrituras para não se conformar com a cultura prevalecente de cada época. Não é a cultura que julga as Escrituras, mas as Escrituras que julgam a cultura. O primeiro pilar da Reforma foi “Só as Escrituras”.
Muitas igrejas herdeiras da Reforma, seduzidas pelo encanto das filosofias engendradas pelo enganoso coração humano, afastaram-se daquelas verdades essenciais da fé cristã e capitularam-se às novidades heterodoxas. Queremos, aqui, apontar alguns desses desvios:
1. A doutrina sem vida. A Reforma trouxe não apenas uma volta à Palavra, mas, também, uma volta à piedade. Uma das exigências dos puritanos era: doutrina pura e vida pura. Não podemos separar a doutrina da vida, a teologia da prática, a ortodoxia da piedade. A vida piedosa é consequência da sã doutrina. Uma igreja trôpega na Palavra jamais estará na vanguarda da luta pelo restabelecimento dos valores morais absolutos.
2. A vida sem doutrina. Se a doutrina sem vida deságua em racionalismo estéril, a vida sem doutrina desemboca em misticismo histérico. Esse foi o equívoco do Pietismo alemão do século dezoito, que cansado da doutrina sem vida, foi para o outro extremo e pleitiam vida sem doutrina e acabou caindo num experiencialismo heterodoxo. Há muitos indivíduos que, em nome da fé evangélica, deixam de lado as Escrituras e buscam uma espiritualidade edificada sobre o frágil fundamento das emoções. Buscam experiência e não a verdade. Buscam uma luz interior e não a luz que emana da verdade de Deus. Correm atrás de gurus espirituais, guias cegos, que arrastam consigo, para o abismo do engano, seus incautos seguidores.
3. O liberalismo teológico. O liberalismo teológico nasceu do ventre do racionalismo iluminista. O homem, cheio de empáfia, decidiu que só poderia aceitar como verdade o que a razão humana pudesse explicar. O resultado imediato foi a negação das grandes doutrinas do cristianismo como a criação, a redenção e a ressurreição. A Bíblia foi retalhada, mutilada e torcida. Os seminários que outrora formaram teólogos de renome e missionários comprometidos com a evangelização dos povos foram tomados de assalto por esses liberais e muitos pastores formados nesses seminários despejaram esse veneno mortífero dos púlpitos nas igrejas e o rebanho de Deus, desorientado e faminto do pão da Vida, foi disperso. Há milhares de igrejas mortas pelo mundo afora, vitimadas pelo liberalismo teológico. Precisamos entender que a verdade de Deus é inegociável. A igreja que abandona a sã doutrina morre.
4. O sincretismo religioso. O Brasil é um canteiro fértil onde floresce o sincretismo religioso. Mais e mais igrejas aderem a essa prática para atrair pessoas. Templos lotados e multidões sem conta se acotovelam em grandes concentrações públicas para buscar um milagre, uma cura ou uma experiência que lhes mitigue a angústia, que só o evangelho de Cristo pode oferecer. Precisamos de uma nova Reforma que traga de volta a igreja para a Palavra. Precisamos de seminários que não se dobrem à sedução dos liberais nem se entreguem ao pragmatismo ávido por resultados. Precisamos de pastores que amem a Cristo e sejam fiéis às Santas Escrituras para alimentar o rebanho de Deus com o trigo da verdade em vez de empanturrá-lo com a palha do sincretismo religioso. Precisamos de uma igreja bíblica, viva, santa, cheia do Espírito, alegre, vibrante e operosa. Uma igreja herdeira da Reforma e continuadora da Reforma!

"A antiga verdade que Calvino, Agostinho e o apóstolo Paulo pregaram é a verdade que eu também devo pregar hoje; do contrário deixaria de ser fiel à minha consciência e ao meu Deus. Não posso remodelar a verdade; desconheço tal coisa como lapidar uma doutrina bíblica. O evangelho de John Knox é o meu evangelho. Aquilo que trovejou por toda Escócia precisa trovejar novamente por toda a Inglaterra.

Uma inércia espiritual é a nossa inimiga; uma tempestade talvez seja nossa amiga. A controvérsia talvez provoque pensamento, e por meio dele talvez venha a mudança espiritual necessária
."

C. H. Spurgeon

''Realmente uma necessidade para nossos dias'' (Aebd)

terça-feira, outubro 12, 2010

Oportunistas de Plantão

A religião não é um tema estranho às campanhas políticas no Brasil. A cada par de eleições, o assunto emerge da vida privada e chega aos debates eleitorais em favor de um ou outro candidato, contra ou a favor de determinado partido. Em 1985, o então senador Fernando Henrique Cardoso perdeu uma eleição para prefeito de São Paulo depois de um debate na televisão em que não respondeu com clareza quando lhe perguntaram se acreditava em Deus. Seu adversário, Jânio Quadros, reverteu a seu favor uma eleição que parecia perdida. Quatro anos depois, na campanha presidencial que opôs Fernando Collor de Mello a Lula no segundo turno, a ligação do PT com a Igreja Católica, somada a seu discurso de cores socialistas, fez com que as lideranças evangélicas passassem a recomendar o voto em Collor – que, como todos sabem, acabou vencendo a eleição.
Esses dois episódios bastariam para deixar escaldado qualquer candidato a um cargo majoritário no país. Diante de questões como a fé em Deus, a posição diante da legalização do aborto ou a eutanásia, ou o casamento gay, o candidato precisa se preparar não apenas para dizer o que pensa e o que fará em relação ao assunto se eleito – mas também para o efeito que suas palavras podem ter diante dos eleitores religiosos. Menosprezar esse efeito foi um dos erros cometidos pela campanha da candidata Dilma Rousseff, do PT. Nos últimos dias antes da eleição, grupos de católicos e evangélicos se mobilizaram contra sua candidatura por causa de várias declarações dela em defesa da legalização do aborto. Numa sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, em 2007, Dilma dissera: “Olha, eu acho que tem de haver a descriminalização do aborto”. Em 2009, questionada sobre o tema em entrevista à revista Marie Claire, ela afirmou: “Abortar não é fácil pra mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização. O aborto é uma questão de saúde pública”. Finalmente, em sua primeira entrevista como candidata, concedida a ÉPOCA em fevereiro passado, Dilma disse: “Sou a favor de que haja uma política que trate o aborto como uma questão de saúde pública. As mulheres que não têm acesso a uma clínica particular e moram na periferia tomam uma porção de chá, usam aquelas agulhas de tricô, se submetem a uma violência inimaginável. Por isso, sou a favor de uma política de saúde pública para o aborto”.
Tais declarações forneceram munição para uma campanha contra Dilma que começou nas igrejas, agigantou-se na internet e emergiu nos jornais e na televisão às vésperas do primeiro turno. Foi como se um imperceptível rio de opinião subterrâneo se movesse contra Dilma. Esse rio tirou milhões de votos dela e os lançou na praia de Marina Silva, a candidata evangélica do PV. Segundo pesquisas feitas pela campanha de Marina, aqueles que desistiram de votar em Dilma na reta final do primeiro turno – sobretudo evangélicos – equivaleriam a 1% dos votos válidos. Embora pequeno, foi um porcentual que ajudou a empurrar a eleição para o segundo turno, entre Dilma e o candidato José Serra, do PSDB. Mais que isso, a discussão sobre a fé e o aborto se tornou um dos temas centrais na campanha eleitoral.
A polêmica religiosa deu à oposição a oportunidade de tomar a iniciativa na campanha política, pôs Dilma e o PT na defensiva e redefiniu o segundo turno. Na sexta-feira, quando foram ao ar as primeiras peças de propaganda eleitoral gratuita, o uso da carta religiosa ficou claro. Dilma agradeceu a Deus, se declarou “a favor da vida” e disse que é vítima de uma “campanha de calúnias”, como ocorreu com Lula no passado. O programa mencionou a existência de “uma corrente do mal na internet” contra ela. Serra se apresentou como temente a Deus, defensor da vida e inimigo do aborto (apesar de seu partido, o PSDB, ter apresentado nos anos 90 um projeto de legalização do aborto no Senado). Pôs seis grávidas em cena e prometeu programas federais para “cuidar dos bebês mesmo antes que eles nasçam”.
Agora, atônito, o mundo político discute que tipo de efeito a discussão sobre valores religiosos terá sobre a votação de 31 de outubro. E como ela afetará o Brasil no futuro. Tradicionalmente, o cenário político brasileiro tem sido dominado por temas de fundo econômico – como inflação, desemprego, previdência e salário mínimo – ou social – como pobreza, segurança, educação e saúde. Mas a elevação do padrão de vida dos pobres e a superação das necessidades elementares de sobrevivência podem ter começado a abrir espaço para aquilo que, em democracias mais maduras, é conhecido como “agenda de valores”. Ela reúne temas como fé, aborto, eutanásia, ensino religioso, casamento entre homossexuais ou pesquisas com manipulação genética. “Ninguém mais vai se eleger para um cargo executivo facilmente com um programa que prevê a legalização do aborto”, afirma Ary Oro, estudioso de religião e política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “É impossível ignorar a força numérica, demográfica e eleitoral da religião.”


segunda-feira, outubro 11, 2010

A Felicidade é uma Promessa de Deus?

Por Clodoaldo Machado

A felicidade tem sido o alvo da humanidade. Muitos afirmam que têm a felicidade como objetivo de suas vidas. Mesmo aqueles que não verbalizam isto acabam vivendo baseados neste princípio. De fato tudo é estabelecido com base nisto. É aceitável, para as pessoas, que alguém troque de emprego se está infeliz. Se alguém troca de curso na universidade afirmando que não estava se sentindo feliz, a razão é aceita pela maioria das pessoas como válida. Se alguém não está feliz com seu casamento, para muitos seria normal trocar de cônjuge, afinal ser feliz é o objetivo. A felicidade é tida como um direito de todo ser humano.
Quando pensamos em Deus, sabemos que Ele é bom, que é galardoador de boas dádivas, que tudo que é bom vem Dele, então também pensamos que Deus nos dará a felicidade, pois ela é muito boa. Quando vemos as pessoas infelizes falamos para elas que isso é ausência de Deus, e que se tivessem um relacionamento com Ele não seriam assim tão infelizes. Chegamos mesmo a prometer para as pessoas que se vierem para Jesus serão felizes. O que o homem deseja é ser feliz, e tudo o que for feito dentro do padrão aceito pela sociedade, visando atingir este alvo, será compreendido.
A questão, no entanto é: Deus prometeu fazer-nos felizes?
Vemos Deus como sendo tão bom que a pergunta parece impertinente. “É claro que Deus prometeu isso”, alguém dirá. “Essa é a melhor coisa que alguém pode ter. Maior que bens materiais, maior que dinheiro, que o sucesso, se Deus é bom fará isso por nós.”
Entretanto não há essa promessa na Bíblia. Deus não prometeu fazer-nos felizes. Deus prometeu fazer-nos santos. Toda sua obra visa libertar-nos do poder do pecado, tornar-nos parecidos com seu Filho Jesus Cristo, para que com isso possamos habitar no céu eternamente. O objetivo do homem é a felicidade, o de Deus é a santidade.
Deus quer que compreendamos esta verdade, Ele deseja fazer-nos santos. Isto não significa dizer que servir a Deus é sinônimo de infelicidade. O crente não é infeliz. A verdade é que a felicidade no plano de Deus é o resultado de uma vida santa. Deus não quer que vivamos ansiosos pela felicidade, que façamos tudo em busca dela. Isso é obra do homem sem Deus. Deus quer que estejamos contentes em toda e qualquer situação, quer que aprendamos a depender Dele, que desejemos ser santos como Ele é santo. São estas coisas que o crente deve desejar.
Sansão foi um exemplo de alguém que pensou em ser feliz. Quando foi a Timna, uma cidade ocupada pelos filisteus viu uma mulher pela qual se apaixonou. Sansão então pediu a seu pai que a tomasse por esposa para ele. Seus pais, porém disseram a ele que não tomasse por esposa uma mulher filha de incircuncisos. Em outras palavras seus pais estavam lhe dizendo que ele deveria se casar com uma mulher da mesma fé. Sansão respondeu a seus pais: “Tomai-me esta, porque só dela me agrado” (Jz 14.1,2). Sansão estava afirmando que só seria feliz casando-se com aquela mulher. Nos dias de hoje Sansão seria apoiado por muitos, inclusive crentes. Diriam que ele estava certo, pois se estava apaixonado e se só assim seria feliz, que então buscasse seu objetivo, mesmo contra a vontade de seus pais. Para todos os lados em que olhamos vemos esta “regra”: Se é para ser feliz então vale à pena. Sabemos o final da história deste casamento de Sansão. Mesmo na festa o casamento já estava acabado e o que se seguiu foi uma grande tragédia. Sansão mostra o prejuízo que temos quando pensamos na felicidade em primeiro lugar.
Quando o crente entende e tira a felicidade do primeiro lugar de sua vida então Deus começa a torná-lo feliz. Davi escreveu: “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do seu coração” (Sl 37.4). Em outras palavras Davi estava dizendo: Seja Deus suficiente para você, esteja contente com Ele, deixe-O decidir o que é melhor para você, procure fazer sempre a vontade Dele em primeiro lugar, e como resultado Ele satisfará o que o seu coração deseja.
Ao contrário de Sansão que queria agradar-se a si mesmo para ser feliz, Davi diz que devemos deixar Deus nos agradar. Quando desejamos muito algo, ficamos tentando nos convencer que aquilo é a vontade de Deus para nós. “Se somente assim seremos felizes então isso tem que ser a vontade de Deus”, dizemos para nós mesmos. A verdade é que isso não acontece. Confundimos nosso desejo por felicidade com a vontade de Deus. Resumindo, queremos agradar a nós mesmos e para não ficarmos com culpa na consciência tentamos nos convencer de que Deus também deseja aquilo.
Ser santo é abrir mão dos desejos pessoais e buscar aquilo que Deus deseja. Não tentemos misturar nosso desejo por felicidade com o desejo de Deus por santidade. Neguemos a nós mesmos e assim estaremos no caminho da santificação. Portanto a felicidade para o crente não é seu objetivo, é a conseqüência do seu desejo de agradar a Deus. Enquanto este mundo corre desesperadamente atrás da felicidade, o crente sábio busca a santidade, pois ele sabe que Deus prometeu fazê-lo santo, e a felicidade então, será só uma conseqüência.

Fonte: Blog Fiel