INTERNACIONAL - A presente Classificação
de países por perseguição foi
produzida com base em eventos decorridos entre 1º de novembro de 2008 e 31 de
outubro de 2009. Portanto, os meses de novembro e dezembro de 2009 não foram
considerados para esta edição.
A Classificação de países por
perseguição é compilada a
partir de um questionário de 50 perguntas que cobrem vários aspectos da
liberdade religiosa. Às respostas são atribuídos pontos, dependendo da resposta
obtida. O total de pontos por país determina sua posição na Classificação.
O critério de seleção é resultado de um questionário específico desenvolvido
com perguntas padronizadas sobre: a situação legal dos cristãos no país; a
atitude do regime político em relação à comunidade cristã; a liberdade da
Igreja para organizar eventos; o papel da Igreja na sociedade; o tratamento de
cristãos considerados individualmente; e outros fatores limitadores da vida de
igrejas e cristãos.
O Cazaquistão saiu da Classificação não porque a situação melhorou, mas
porque outros países tiveram uma piora na questão da liberdade religiosa. Isso
pode mudar se o Cazaquistão implementar leis mais resistentes à religião no
futuro.
OS DEZ MAIS
1. Coreia do Norte
Na primeira posição da nova Classificação está novamente a Coreia do Norte, o
país em que toda atividade religiosa é vista como uma rebelião aos princípios
socialistas que imperam. A situação dos cristãos é extremamente aguda neste
momento, embora o regime norte-coreano esteja deixando aos poucos a
mão-de-ferro com a qual controlava a sociedade.
Pela mobilização de cada recurso do poder, A Coreia do Norte tenta manipular a
sociedade a fim de exterminar atividades cristãs, e usa todos os meios de poder
para isso. Foram feitas pesquisas, e descobriu-se muitos cristãos secretos no
país.foram expostos durante pesquisas estritas da Coreia do Norte. Diz-se que
os cristãos têm sido usados como testes para armas biológicas e químicas.
Apesar dessa situação desumana, A Igreja está florescendo, e aumentam também as
chances de pregar o evangelho, especialmente para aqueles que vivem em cidades
perto da China.
2. Irã
Neste ano, o Irã ultrapassou a Arábia Saudita e está agora na segunda posição.
O número total de pontos registrados diminuiu devido à ausência de relatos de
cristãos assassinados. A onda de prisões que começou em 2008 continuou com a
mesma força ao longo de 2009, com cerca de 85 cristãos presos. Acredita-se que
o governo usam as detenções para tirar a atenção da população quanto aos
problemas internos, como o tumulto causado depois da reeleição do presidente
Mahmoud Ahmadinejad, em junho.
A maior parte dos presos foi maltratada na prisão. Embora a maioria tenha sido
libertada, os processos continuam pendentes e os cristãos podem ser condenados
a qualquer momento.
Muitos dos que foram libertados estão sob observação e sofrem ameaças. As
detenções causaram o grande medo entre os cristãos.
Algumas igrejas foram fechadas em 2009, e o motivo primário foi o fato de
ex-muçulmanos frequentarem os cultos.
O islã é a religião oficial no Irã, e todas as leis devem ser compatíveis com a
interpretação oficial da sharia (lei islâmica). Embora os cristãos de origem
armênia e assíria sejam uma minoria religiosa reconhecida, eles relataram que
alguns dos seus foram detidos, vítimas de abuso físico e discriminados.
Essas igrejas têm permissão para fazer cultos em sua própria língua, mas são
proibidas de ministrar aos muçulmanos que falam o persa, idioma oficial do Irã.
Segundo a sharia, qualquer muçulmano que deixar o islamismo enfrenta a pena de
morte.
Algumas igrejas têm a polícia secreta vigiando seus cultos. Aqueles que são
ativos em suas igrejas ou grupos domésticos estão sob pressão. São
interrogados, presos e agredidos.
Além da pressão das autoridades, os cristãos também enfrentam a pressão da
sociedade.
3. Arábia Saudita
A Arábia Saudita foi da segunda posição para a terceira. Isso não significa que
a situação da liberdade religiosa no país tenha melhorado. O número menor de
pontos foi causado pela ausência de relatos de cristãos assassinados ou
agredidos. Houve só um caso de prisão: um pároco estrangeiro sentiu-se obrigado
a abandonar o país depois de receber ameaças de morte, algumas da própria
mutaween, a polícia religiosa saudita.
Não há liberdade religiosa existe no reino saudita, onde só se permite que
cidadãos tenham uma religião: o islamismo. Não há garantias legais de liberdade
religiosa. O sistema legal é baseado na sharia (lei Islâmica). A apostasia
(converter-se a outra religião) é punível com morte se o acusado não se
retratar.
Embora o governo reconheça o direito dos não-muçulmanos de cultuar em
particular, o culto público não-muçulmano é proibido.
Os não-muçulmanos que realizam tais atividades correm risco de serem detidos,
açoitados, deportados e, às vezes, torturados. Ex-muçulmanos também correm
risco de serem mortos pelos próprios parentes, para limpar o nome da família.
4. Somalia
Durante o período coberto pela reportagem, a situação na Somália piorou. As
forças etíopes deixaram o país em janeiro de 2009, e Sheikh Sharif Sheikh
Ahmad, da Aliança pela Reliberação da Somália, foi feito presidente pelo
parlamento do governo provisório.
Em abril de 2009, o parlamento aprovou unanimemente a adoção da sharia (lei
islâmica), esperando assim obter o apoio da população, distanciando-a das
milícias islâmicas que lutam pelo controle da nação.
Os cristãos são monitorados pelo governo e pelas milícias. O grupo extremista
al-Shabaab está caçando os cristãos, e recebemos relatórios de menos 11
assassinatos. Outros foram raptados, presos ou agredidos.
A Constituição provisória provê liberdade religiosa, mas na prática, esse
direito é pouco respeitado, porque a Constituição também estabelece o islamismo
como a religião nacional, e afirma que as leis não podem contradizer o
islamismo.
A maioria dos cristãos vive no sul da Somália. Eles estão em pequeno número,
são severamente perseguidos e praticam sua fé em segredo, em condições
extremamente perigosas. Outros cristãos somalis vivem como refugiados em países
vizinhos.
5. Maldivas
No arquipélago das Maldivas, o islamismo é a religião oficial e todos os
cidadãos devem ser muçulmanos. A perseguição aos cristãos nas Maldivas é
sistemática: a legislação proíbe a prática de qualquer religião exceto o
islamismo; o governo considera-se o protetor e defensor da religião; as igrejas
são proibidas; a importação de materiais cristãos é proibida; a discriminação
de não-muçulmanos é total; o controle social é enorme e os maldívios concordam
com a suspensão de qualquer religião que não seja o islamismo.
No país – um dos menos evangelizados do planeta – há apenas um punhado de
cristãos maldívios, que praticam a sua fé particularmente, temendo ser
descoberto.
Não há registro de ex-muçulmanos mortos por apostasia nas Maldivas.
Não houve melhora na liberdade religiosa no país durante o período coberto pela
pesquisa. Houve dois relatórios sobre estrangeiros cristãos que foram
deportados depois se encontrou materiais cristãos em sua bagagem.
6. Afeganistão
Ser cristão no Afeganistão ainda é difícil, em particular porque a Constituição
é baseada em princípios Islâmicos. Além disso, o islamismo é a religião estatal
e as leis não podem contradizer essas crenças religiosas.
O amo de 2009 foi duro para a Igreja, uma vez que o islamismo aumentou sua
influência com a expansão do Talebã em muitas províncias. O Talebã ameaçou
imigrantes, agentes sociais cristãos e a igreja local.
A pressão da família e da sociedade é ainda imensa. Quem não esconde sua
conversão ao cristianismo é ameaçado até de morte pelos parentes. As ameaças
têm o objetivo de trazer angústia, medo e de forçá-los a renunciar a nova fé.
Em alguns casos, os novos recém-convertidos são hostilizados e há casos de
sequestro. Além disso, eles enfrentam discriminação na escola, no trabalho e
nos serviços públicos. Consequentemente, muitos preferem não expressar
publicamente sua fé em Cristo, nem se sentem seguros para se reunir com outros
irmãos.
As informações que recolhemos não indicaram assassinatos religiosos. Apesar de
toda a dificuldade, a Igreja está crescendo no Afeganistão.
7. Iêmen
O Iêmen continua na sétima posição, mas o total de pontos aumentou. Em 9 de
junho passado, agentes de saúde cristãos estrangeiros foram raptados por homens
armados. Depois de alguns dias, os corpos de três deles foram encontrados,
horrivelmente mutilados. O destino dos outros seis ainda permanece
desconhecido. Durante o período coberto pela reportagem, houve um aumento na
apreensão de materiais cristãos.
A Constituição iemenita garante liberdade religiosa, mas também declara que o
islamismo é a religião estatal e que a sharia é a fonte de toda a legislação. O
governo permite que imigrantes pratiquem sua fé, mas os cidadãos iemenitas não
podem se converter a qualquer religião. Ex-muçulmanos podem sofrer pena de
morte se forem descobertos.
Pregar a muçulmanos é proibido. Os que se convertem encontram a oposição das
autoridades e também de grupos extremistas, que ameaçam os “apóstatas" de
morte, se não se retratarem.
8. Mauritânia
A situação na Mauritânia deteriorou-se gravemente em 2009 devido ao assassinato
de um agente social cristão em junho de 2009; à prisão e de 35 cristãos
mauritanos no mesmo mês; e a detenção de um grupo de 150 cristãos subsaarianos
em agosto, por realizar seu próprio culto (essas reuniões só são permitidas a
algumas igrejas católicas e protestantes).
A autoria do assassinato foi reclamado pela al-Qaeda no Magreb, um grupo
terrorista da origem argelina ligado à al-Qaeda. A polícia, entretanto, foi
responsável pela detenção e tortura dos cristãos mauritanos e subsaarianos.
A Constituição do país o define como república islâmica e reconhece o islamismo
como a religião dos cidadãos e do Estado. O governo limita a liberdade de
religião proibindo a impressão e distribuição de materiais religiosos
não-islâmicos e a evangelização de muçulmanos.
9. Laos
A igreja é relativamente pequena, mas continua a crescer. Há cerca de 200 mil
cristãos, a maior parte pertence a minorias étnicas.
Não houve melhora na liberdade religiosa do país em 2009.
A perseguição no Laos inclui algumas restrições na legislação. A atitude do
governo é negativa e restritiva em relação aos cristãos – todos são
estritamente vigiados por serem considerados agentes dos EUA para trazer a
democracia ao Laos.
A Igreja não pode funcionar livremente e suas atividades sociais são limitadas.
Os cristãos são diminuídos na família e na aldeia. A pessoa que renuncia o
culto a espíritos sofre grande pressão social.
Algumas vezes, os cristãos são detidos, e muitos experimentam abuso físico e
emocional para renunciar a nova fé. Em 2009, dois cristãos foram mortos; outros
21 foram detidos sem julgamento.
Cristãos têm sido fisicamente agredidos regularmente, e um pequeno número de
igrejas foi destruído ou danificado. Apesar do alto nível de perseguição no
Laos, há muitas atividades não-registradas e a Igreja parece crescer.
10. Uzbequistão
A liberdade religiosa no Uzbequistão deteriorou-se durante o ano passado. A
atmosfera ficou mais anti-protestante. Isso ficou evidente no aumento de
invasões a cultos cristãos e no confisco de livros. Muitos cristãos foram
presos e multados, líderes foram interrogados e sofreram abuso físico e mental
em delegacias.Parentes de cristãos usam o abuso físico para pressioná-los a se converter ao
islamismo.
Outro sinal de mudança é o fato de as autoridades usarem os meios de
comunicação para difamar os cristãos. Foi exibido um documentário na televisão,
originalmente transmitido no maio de 2008, denominado “Nas garras da
ignorância”. No filme, os cristãos são retratados de modo negativo,
identificados com seitas e descritos como satanistas. Cristãos ativos na igreja
foram acusados de drogar e dinheiro para atrair pessoas ao cristianismo. O
programa também afirmou que a “seita protestante” tenta atrair crianças.
O documentário foi reprisado várias vezes, mais recentemente em setembro de
2009, e já foi lançado em DVD. O impacto foi intimidador, resultando em
sentimentos anti-cristãos.
Apesar da perseguição, a Igreja no Uzbequistão continua a crescer. Muitos
cristãos procuram formas de pregar o evangelho. Eles enfrentam muitos
obstáculos – por exemplo, a pregação e o louvor na língua uzbeque são
proibidos, e as comunidades não podem obter o registro. Sem ele, as reuniões
são ilegais.
Tradução: Missão Portas Abertas
Fonte: Portas Abertas
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