A Reforma não foi um desvio do cristianismo primitivo, mas uma
volta a ele. A igreja havia se desviado das veredas da verdade e a Reforma foi
um movimento para colocar a igreja de volta nesses trilhos. Um dos lemas da Reforma
era: “Igreja Reformada, sempre reformando”. O que isso significa? Não significa
certamente que a igreja precisa ir se amoldando à cultura prevalecente de cada
época e sim que a igreja precisa voltar-se continuamente às Escrituras para não
se conformar com a cultura prevalecente de cada época. Não é a cultura que
julga as Escrituras, mas as Escrituras que julgam a cultura. O primeiro pilar
da Reforma foi “Só as Escrituras”.
Muitas igrejas herdeiras da Reforma, seduzidas pelo encanto das
filosofias engendradas pelo enganoso coração humano, afastaram-se daquelas
verdades essenciais da fé cristã e capitularam-se às novidades heterodoxas.
Queremos, aqui, apontar alguns desses desvios:
1. A doutrina sem
vida. A Reforma trouxe
não apenas uma volta à Palavra, mas, também, uma volta à piedade. Uma das
exigências dos puritanos era: doutrina pura e vida pura. Não podemos separar a
doutrina da vida, a teologia da prática, a ortodoxia da piedade. A vida piedosa
é consequência da sã doutrina. Uma igreja trôpega na Palavra jamais estará na
vanguarda da luta pelo restabelecimento dos valores morais absolutos.
2. A vida sem
doutrina. Se a doutrina sem
vida deságua em racionalismo estéril, a vida sem doutrina desemboca em
misticismo histérico. Esse foi o equívoco do Pietismo alemão do século dezoito,
que cansado da doutrina sem vida, foi para o outro extremo e pleitiam vida sem
doutrina e acabou caindo num experiencialismo heterodoxo. Há muitos indivíduos
que, em nome da fé evangélica, deixam de lado as Escrituras e buscam uma
espiritualidade edificada sobre o frágil fundamento das emoções. Buscam
experiência e não a verdade. Buscam uma luz interior e não a luz que emana da
verdade de Deus. Correm atrás de gurus espirituais, guias cegos, que arrastam
consigo, para o abismo do engano, seus incautos seguidores.
3. O liberalismo
teológico. O liberalismo
teológico nasceu do ventre do racionalismo iluminista. O homem, cheio de
empáfia, decidiu que só poderia aceitar como verdade o que a razão humana
pudesse explicar. O resultado imediato foi a negação das grandes doutrinas do
cristianismo como a criação, a redenção e a ressurreição. A Bíblia foi
retalhada, mutilada e torcida. Os seminários que outrora formaram teólogos de
renome e missionários comprometidos com a evangelização dos povos foram tomados
de assalto por esses liberais e muitos pastores formados nesses seminários
despejaram esse veneno mortífero dos púlpitos nas igrejas e o rebanho de Deus,
desorientado e faminto do pão da Vida, foi disperso. Há milhares de igrejas
mortas pelo mundo afora, vitimadas pelo liberalismo teológico. Precisamos
entender que a verdade de Deus é inegociável. A igreja que abandona a sã
doutrina morre.
4. O sincretismo
religioso. O Brasil é um
canteiro fértil onde floresce o sincretismo religioso. Mais e mais igrejas
aderem a essa prática para atrair pessoas. Templos lotados e multidões sem
conta se acotovelam em grandes concentrações públicas para buscar um milagre,
uma cura ou uma experiência que lhes mitigue a angústia, que só o evangelho de
Cristo pode oferecer. Precisamos de uma nova Reforma que traga de volta a
igreja para a Palavra. Precisamos de seminários que não se dobrem à sedução dos
liberais nem se entreguem ao pragmatismo ávido por resultados. Precisamos de
pastores que amem a Cristo e sejam fiéis às Santas Escrituras para alimentar o
rebanho de Deus com o trigo da verdade em vez de empanturrá-lo com a palha do
sincretismo religioso. Precisamos de uma igreja bíblica, viva, santa, cheia do
Espírito, alegre, vibrante e operosa. Uma igreja herdeira da Reforma e
continuadora da Reforma!
Fonte: Rev: Hernandes Dias Lopes
"A antiga verdade que Calvino, Agostinho e o apóstolo Paulo pregaram é a verdade que eu também devo pregar hoje; do contrário deixaria de ser fiel à minha consciência e ao meu Deus. Não posso remodelar a verdade; desconheço tal coisa como lapidar uma doutrina bíblica. O evangelho de John Knox é o meu evangelho. Aquilo que trovejou por toda Escócia precisa trovejar novamente por toda a Inglaterra.
Uma inércia espiritual é a nossa inimiga; uma tempestade talvez seja nossa amiga. A controvérsia talvez provoque pensamento, e por meio dele talvez venha a mudança espiritual necessária."
C. H. Spurgeon
Uma inércia espiritual é a nossa inimiga; uma tempestade talvez seja nossa amiga. A controvérsia talvez provoque pensamento, e por meio dele talvez venha a mudança espiritual necessária."
C. H. Spurgeon
''Realmente uma necessidade para nossos dias'' (Aebd)
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