sexta-feira, outubro 19, 2012

João Calvino: 4 regras da oração / Joel Beeke

João Calvino: 4 regras da oração, por Joel Beeke
Para Calvino, a oração não podia ser realizada sem disciplina. Ele escreveu: “Se não fixamos certas horas do dia para a oração, ela escapará “. Ele prescreveu varias regras para orientar os crentes a oferecerem oração fervorosa e eficaz.

1. A primeira regra é um senso sincero de reverência.
Na oração, precisamos estar “dispostos de coração e mente, como convém àqueles que entram em conversa com Deus”. Nossas orações devem brotar do “fundo de nosso coração”. Calvino recomendava uma mente e um coração disciplinados, afirmando: “As únicas pessoas que se preparam devida e apropriadamente para orar são aquelas que são movidas de tal maneira pela majestade que, livres dos cuidados e afeições terrenos, se aproximam da oração”.

2. Segunda regra é um senso sincero de necessidade e arrependimento.
Temos de “orar com um senso sincero de carência e arrependimento”, mantendo “a disposição de um pedinte”. Calvino não estava dizendo que os crentes devem orar em favor de cada capricho que surge em seu coração, e sim que devem penitentemente, de acordo com a vontade de Deus, tendo em foco sua glória e anelando resposta, “com afeição sincera, e, ao mesmo tempo, desejando obtê-la de Deus”.

3. Terceira regra é um senso sincero de humildade e confiança em Deus.
A verdadeira oração exige que “abandonemos toda confiança em nós mesmos e supliquemos humildemente o perdão”, confiando somente na misericórdia de Deus para recebemos bênçãos espirituais e temporais, lembrando sempre que a menor gota de fé é mais poderosa do que a incredulidade.  Qualquer outra maneira de nos aproximarmos de Deus promoverá o orgulho, que será letal. “Se reivindicarmos algo para nós mesmo, por mínimo que seja”, estaremos em perigo de destruir a nós mesmo na presença de Deus.

4. A regra final é ter um senso sincero de esperança confiante.
A confiança de que nossas orações serão respondidas não surge de nós mesmos, mas do Espírito Santo agindo em nós. Na vida dos crentes, a fé e a esperança vencem o temor, para que sejamos capazes de pedir “com fé, em nada duvidando” (Tg 1.6). Isso significa que a verdadeira oração é confiante na resposta, por causa de Cristo e do pacto, “pois o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo sela o pacto que Deus estabeleceu conosco”. Assim, os crentes se aproximam de Deus com ousadia e entusiasmo porque essa “confiança é necessária à verdadeira invocação... que se trona a chave que abre a porta do reino dos céus”.

Opressivas? Inatingíveis?
Essas regras talvez pareçam opressivas – até inatingíveis – em face de um Deus santo e onisciente. Calvino reconheceu que nossas orações estão repletas de fraqueza de imperfeição. Ele escreveu: “Ninguém jamais cumpriu esse dever com a retidão que lhe era devida”. Mas Deus tolera “até o nosso gaguejo e perdoa a nossa ignorância”, permitido que ganhemos familiaridade com Ele, em oração, embora esta seja pronunciada de “forma balbuciante”. Em resumo, nunca nos sentiremos como pedintes dignos. Nossa inconsistente vida de oração é freqüentemente atacada por dúvidas, mas essas lutas mostram nossa necessidade contínua da oração como uma “elevação do espírito” e nos impele sempre a Jesus Cristo, que “transformará o trono da glória terrível em trono da graça”. Calvino concluiu que “Cristo é o único caminho e o único acesso pelo qual temos permissão de ir a Deus”.  
Este trecho é uma adaptação da contribuição Joel Beeke em John Calvin a Heart for Devotion, Doctrine & Doxology, traduzido em português pela editora Fiel.

 www.antunesebd.com | Ligonier | Original aqui

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