sábado, novembro 13, 2010

Peregrinos ricos agora têm tenda cinco estrelas em Meca


A peregrinação à cidade santa de Meca é um dos cinco pilares do Islã e é obrigatória uma vez na vida para todo muçulmano com saúde e situação econômica favoráveis. Neste ano, a tradicional peregrinação oferece uma novidade aos muçulmanos ricos - a chance de torrar dinheiro com uma hospedagem luxuosa.

Nos novos acampamentos provisórios de peregrinos a Meca, há ostentações antes exclusivas dos hotéis cinco estrelas: piscinas, saunas e banheiras de hidromassagem. Outra novidade são os restaurantes de cadeias internacionais, onde as empresas de turismo chegam a distribuir iPads e iPhones como presentes para os fiéis. Os serviços incluem um nutricionista e um cozinheiro especialista em refeições light.

"As companhias sauditas aprenderam com Kuwait, Emirados e Catar, que já presenteavam cada peregrino com um telefone celular", disse o diretor de uma das agências em Al Wafi, Sami al Maqus. Segundo ele, existe uma grande concorrência entre companhias locais quanto à qualidade dos serviços para atrair os fiéis mais ricos.

Se uma peregrinação à Meca tem um custo de 1.500 dólares, os fiéis ricos chegam a gastar até 50.000 dólares. "Os presentes e os serviços das agências voltados para atrair os fiéis podem chegar a 9.500 dólares", completou Maqus. De acordo com o especialista, os acampamentos que têm piscina, sauna e banheira de hidromassagem oferecem cinco dias de alojamento por um custo que varia de 3.200 a 6.000 dólares.

Exigências - Suleiman al Rashdan, chefe da agência Manasek, especializada em viagens de peregrinação, explica como era o serviço antes da mudança. "O serviço tradicional incluia buffet livre, tratamento médico 24 horas e uma mala para cada peregrino", descreveu.
De acordo com Rashdan, os peregrinos sauditas se queixavam que pagavam muito dinheiro sem ter os mesmos serviços oferecidos nos acampamentos dos fiéis procedentes dos países do Golfo Pérsico. Como consequência, os organizadores das viagens incluíram os serviços, mas ainda não conseguiram agradar a todos. "São um exagero, e não são adequados para a santidade da peregrinação", criticou Ahmed al Mani, um dos peregrinos.

O ministro do Interior saudita, Nayef bin Abdul Aziz compartilhou da mesma postura quando declarou que os preços das viagens são exagerados, e não estão ao alcance da classe média de fiéis. Contudo, as companhias sauditas afirmaram que não deixarão de oferecer os serviços de luxo e anunciaram novidades para o ano que vem: incluirão massagens, ginásios esportivos e treinadores.

(Com agência EFE)

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